“Leve-me à igreja”, muito mais que um viral

“Leve-me à igreja”, muito mais que um viral

Quando uma música toca Youtube para 150 milhões de visualizações em um ano, está nos dizendo que o videoclipe tem algo que vai além da música em si. Esse seria o caso de “Leve-me à igreja”, canção de Hozier que conseguiu chegar ao topo das paradas em todo o mundo: número 1 na Irlanda, 2º na prestigiada lista Quadro de avisos nos EUA e finalmente na semana passada ele liderou os 40 principais na Espanha. No Spotify os números também não são curtos, pois giram em torno de 100 milhões de ouvintes. Curiosamente, a canção foi catapultada para a fama em Espanha por fazer parte do Compilação GHVIP e tocou no comercial promocional do álbum na televisão.
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Mas quem é Hozier? E o que há de tão especial em “Leve-me à igreja” que falamos sobre isso aqui hoje? Hozier é um rapaz de 24 anos que pertence ao grupo de novos músicos irlandeses que vêm mostrar que a música no seu país não termina com U2, Sinéad O'Connor ou Van Morrison. Seu estilo intimista lembra soul, gospel e blues e ele começou a se tornar conhecido nas sessões noturnas de microfone aberto em Dublin. Até que ele foi cativado por um verso de Christopher Hitchens que diz «Nasci doente, mas adoro. Ordena-me que fique bem (nasci doente, mas adoro. Pretendo ficar bem). Essa inspiração o levou a compor "Take me to church" e gravá-la sozinho no sótão da casa de seus pais em Bray, na Irlanda. Uma obra para a qual utilizou uma faixa de fundo programada e voz própria sem arranjos.
letra e tradução de hozier-take-me-to-church-capture-video-2

A princípio seu impacto foi limitado, até que o vídeo que acompanha a música se tornou um dos mais virais do ano. As imagens duras e intensas falam de a cruel perseguição e agressão de um homossexual pelas mãos de um grupo violento numa cidade russa. Curiosamente, a letra enigmática da música não trata dessa situação, mas da presença sufocante da religião na Irlanda. De uma só vez, Hozier questiona os dogmas religiosos e a homofobia da Rússia de Vladimir Putin.

Seja como for, esse garoto de aparência tímida e certo ar indie, tem demonstrado ter poucos preconceitos e ideias claras. Em entrevista para New York MagazineHozier, em relação ao “Leve-me à igreja” disse: «a sexualidade, independentemente da orientação, é algo natural. O ato sexual é uma das coisas mais humanas que existe, mas uma organização como a Igreja, através da sua doutrina, ensina a ter vergonha da orientação sexual, dizendo que é pecado ou que ofende a Deus. “A música é sobre afirmar-se e recuperar a humanidade através de um ato de amor.”

Que ele foi indicado no Grammy na categoria de melhor música, que os ingressos para a turnê mundial estão praticamente esgotados e que têm apresentações agendadas até a primavera de 2016, faz de Hozier, sua música estrela e o vídeo, que dirigiram, aliás. Canty e Conal Thomson da produtora irlandesa Feel Good Lost, numa denúncia da situação dos homossexuais na Rússia. Não perca o videoclipe!

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