NYPD pede desculpas pela repressão aos distúrbios de Stonewall há 50 anos
GAYLES.TV.- Demorou 50 anos, mas eles conseguiram. Oficialmente, a polícia da cidade de Nova Iorque pediu desculpas pela conduta do departamento contra a comunidade LGTBI e fê-lo através do seu comissário-chefe, James O'Neill.
Numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, O'Neill admitiu que “As ações tomadas pelo Departamento foram erradas, pura e simplesmente”. Ele descreveu a conduta do departamento em relação à comunidade LGTBI e as leis da época de “discriminatório” e “opressivo”. E ele continuou: “Eu sei que o que aconteceu não deveria ter acontecido, por isso peço desculpas”. O'Neill deixou claro que uma discriminação como essa nunca mais ocorreria na cidade dos arranha-céus. O comissário, que felicitou a comunidade LGTBI pela sua luta, lembrou que este é um ano muito especial porque celebra os 50 anos de confrontos que serviram de gatilho para a luta pelos direitos de todo o grupo. “Abraçamos todos os nova-iorquinos, somos um departamento inclusivo”, O'Neill disse.
Tudo começou com um dos ataques habituais ao agora histórico Stonewall. Mas, diferentemente de outras ocasiões, a polícia não previu que a comunidade homossexual e muitas pessoas transexuais que também brigaram em Stonewall estivessem dispostas a resistir e se levantar.As altercações na boate nova-iorquina duraram 6 dias e repercutiram em todos os Estados Unidos. Fronteiras unidas e cruzadas. Um ano depois, seria realizada em Nova York a primeira marcha pelos direitos dos homossexuais, da qual participaram cerca de 2000 pessoas. Este ano e por ocasião das festas do orgulho, a cidade espera receber cerca de 4 milhões de visitantes.
Por todas estas razões, o Stonewall é muito mais que um bar no Village. O presidente Barack Obama concedeu-lhe a distinção de monumento nacional em 2016, reconhecimento que se estende à praça ao ar livre onde está localizado o primeiro monumento federal gay. O Stonewall faz parte da história contemporânea como um lugar que catalisou o movimento de libertação gay. E como dizem os locais “Isto não é um bar, isto é um templo.”
fonte: elpais.com, lavanguardia.com
Fotografia: Ângela Weiss,
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