Portugal proíbe conversão sexual forçada contra a população LGTBIQ+

Portugal proíbe conversão sexual forçada contra a população LGTBIQ+ Portugal proíbe conversão sexual forçada contra a população LGTBIQ+

Práticas de conversão sexual serão punidas em Portugal com até cinco anos de prisão

Portugal sancionará a partir de 1º de março as práticas de conversão sexual forçada contra pessoas do grupo LGTBIQ+, ao considerar crime qualquer ato que vise alterar, limitar ou reprimir orientação, identidade ou expressão de gênero. Esta lei, proposta pelo Bloco Esquerdo, Livre (esquerda), o animalista PAN e pelo partido socialista, foi aprovado em dezembro pelo Parlamento Português.

Isto se reflete no lei número 15/2024 publicado esta segunda-feira no Diário da República, que contempla penas de prisão de 3 anos de prisão para quem submeter outra pessoa a ações de modificação forçada da sua orientação sexual, seja através de intervenções cirúrgicas, medicamentos ou terapias psicológicas.

As penas de prisão podem atingir Anos 5 se os tratamentos cirúrgicos ou farmacológicos envolvem uma mudança irreversível no corpo e nas características sexuais da vítima. Além disso, as sanções podem ser agravadas caso haja uma mais jovem envolvido, uma vez que, além da pena de prisão, está incluída uma possível inabilitação profissional para quem submeter essa criança ou adolescente a uma conversão forçada.

Campanha de sensibilização em Portugal

Portugal proíbe conversão sexual forçada contra a população LGTBIQ+A aprovação da lei implica um estudo para compreender a extensão deste tipo de práticas, em que condições são realizadas e quais as consequências que têm para as vítimas. Da mesma forma, um campanha de conscientização sobre a "incapacidade" disto "terapias", considerando que violam o direitos humanos relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual.

Durante o processo de debate parlamentar das diferentes propostas de lei, o Faculdade de Médicos emitiu um comunicado no qual criticava este tipo de terapia por “a sua eficácia não foi comprovada nem respeita as normas éticas e deontológicas da prática médica".

A organização destaca que “A diversidade na orientação sexual e na identidade de género representa expressões normais, que não podem ser consideradas doenças.”. A norma esclarece que, por outro lado, os procedimentos aplicados não são puníveis “num contexto de autodeterminação de identidade e expressão de gênero.

22% dos entrevistados afirmaram ter passado por práticas de conversão

Um estudo publicado em julho passado pela Ispa-Instituto Universitário, liderado pelo pesquisador Pedro Alexandre Costa, entrevistou 424 pessoas LGTBIQ + en Portugal entre 2021 e 2023: Dos entrevistados, 91 (o 22%) afirmou que havia sido submetido a práticas de conversão num contexto religioso, médico e psicoterapêutico.

52% dessas pessoas se sentiram forçadas a iniciar o processo de conversão e 35% disseram que foram pressionadas. A pessoa mais jovem a passar por tal processo tinha 12 anos, enquanto a idade da maioria variava entre 14 e 19 anos.

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Fontes: Swissinfo

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