Pornografia LGTB, sexo sem amor

Pornografia LGTB, sexo sem amor

EDITORIAL.- Já na segunda década do século XXI, não se sabe se somos mais livres ou mais moralistas, se largamos definitivamente os cabelos ou se somos mais pudicos que nossos avós. A verdade é que existem muitos tabus que continuam a pesar sobre os nossos costumes, costumes e linguagem. Reivindicamos o direito de amar livremente, fazemos amor, praticamos sexo oral, sexo anal, sexo virtual... Quando será que “Tenho o direito de foder quem eu quiser” em um banner? Porque às vezes eles fazem amor, mas muitas outras vezes transam e corremos o risco de coisas politicamente corretas tomarem conta de nossos quartos.
Captura de tela 2015/02/24 09.24.56/XNUMX/XNUMX (FILEminimizador)

Um desses grandes tabus é a pornografia, especialmente a pornografia gay, e muito menos a pornografia lésbica ou trans. Atores heterossexuais ganham a vida com pornografia gay e há as supostas lésbicas com unhas muito compridas que pareceriam mais apropriadas para substituir Freddy Krueger em “A Nightmare on Lesbo Street”. Años escuchando plañideras quejas sobre el tema del porno lésbico para que, cuando se ruedan escenas de sexo explícito como las de “La vida de Adele”, los foros de cine se llenen de comentarios de escandalizadas lesbianas temerosas de que algún pajillero triste se inspire con o tema. E tudo isto, quando já acreditávamos que o debate dos anos 70 sobre a conveniência da penetração entre mulheres tinha acabado, a favor da reprodução de papéis heterossexuais. Tecido!
csm_Flyer_2_01_822fc5cc3c

Por tudo o que foi dito, é reconfortante que o Schwules museu de Berlim apresenta a exposição “Pornografia desse jeito” sobre pornografia homossexual desde o século XIX até o presente. Desde encontros em becos escuros e postais sugestivos em tons sépia até “reality porn” sem ignorar, claro, a longa sombra da SIDA que também paira sobre a produção pornográfica. Filmes, fotos, brinquedos sexuais, equipamentos cinematográficos e contribuições de coleções particulares podem ser encontrados nesta exposição. Mas acima de tudo o que encontraremos é um espaço de liberdade para o olhar, o hiperrealismo anatômico da pornografia, sem roteiro e sem artifícios. E superados o desconforto inicial, o riso nervoso e a cutucada no acompanhante, descobriremos que o Museu Schwules nada mais faz do que tornar visível o que está escondido dentro do escondido, o estigma máximo da marginalidade.
Captura de tela 2015/02/24 09.24.54/XNUMX/XNUMX (FILEminimizador)

O crítico de arte e professor Père Parramon Num brilhante artigo sobre a exposição “Porn That Way” ele cita Nagisa Oshima, diretor do filme “O império dos sentidos” quando ele afirmar “A pornografia é a revelação do oculto que se quer ver e que, uma vez visto, deixa de ser obsceno e se torna libertador”. Porque o que é obsceno é a negação, porque o desejo é transversal e nem sempre vem de mãos dadas com o amor e a terrível praga da AIDS na virada do século nos ensinou a vestir e vestir, mas nas fantasias sexuais não é necessário colocar camisinha ou cortar as unhas.

Editorial Gayles.tv
Televisão online

 

↑↓Comentário

Seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *