Pádua dá o primeiro passo para proibir crianças de terem duas mães na Itália

Pádua dá o primeiro passo para proibir crianças de terem duas mães na Itália Pádua dá o primeiro passo para proibir crianças de terem duas mães na Itália

A Procuradoria de Pádua enviou uma comunicação a cerca de 33 famílias compostas por duas mães para que a mãe não grávida pudesse ser retirada retroativamente do cadastro.

Mas de 3ª famílias formada por duas mães na província de Pádua Acabaram de receber uma notificação do tribunal informando-os de que o Gabinete do procurador solicitou que as certidões de nascimento dos seus filhos, alguns até com mais de cinco anos, fossem modificadas para que fosse eliminada a referência à mãe não biológica como segundo progenitor.

A medida não afeta apenas novos registros, mas é realizada de forma retroativo, uma vez que afecta o registo de filhos de casais de lésbicas a partir do ano 2017. O tribunal deve decidir no próximo mês de Novembro se as crianças perdem um dos progenitores para efeitos legais.

Algumas das crianças já são bastante idosas e uma das mães perderá todos os direitos legais sobre elas. Por exemplo, num dos casos de uma menina de seis anos, que já frequentou normalmente o jardim de infância, se o tribunal decidir aceitar o recurso do Ministério Público, uma das mães necessitará de uma autorização juramentada para ir buscá-la à escola. , Você não poderá assinar autorização para a menina fazer viagem escolar ou formulário de vacinação e não poderá viajar sozinha com ela, entre muitas outras coisas. Os filhos também perderão o reconhecimento legal dos irmãos, tios, primos e avós pela referida mãe.

São filhos de casais com duas mães, cadastrados em 2017 até o momento pelo prefeito da cidade, Sérgio Giordani, da coligação de centro-esquerda. Os bebês foram reconhecidos em sua época em Itália como filhos de ambas as mães após serem concebidos no exterior com fertilização assistida heteróloga, que é realizada com gametas masculinos de um doador.

Pode ser estendido para outras regiões

A resolução aprovada em Pádua Pode ser estendido a outras localidades do país. Na Itália, o poder de registo de nascimentos e registos está nas mãos das câmaras municipais, cabendo aos autarcas a realização do registo. O presidente da Câmara de Pádua, como muitos outros em Itália, registou os filhos de casais do mesmo sexo, embora exista uma lacuna legal no país sobre como registar estes nascimentos.

«Estou tranquilo e convencido das decisões tomadas. Desde 2017, registro as certidões de nascimento de meninas e meninos filhos de duas mães. É um ato de responsabilidade para com os mais pequenos porque não aceito que sejam discriminados.", disse o vereador Pádua, Sérgio Giordani, para a mídia italiana.

Bagunça jurídica

Pádua dá o primeiro passo para proibir crianças de terem duas mães na ItáliaEn Itália Existe uma grande confusão legal em relação ao registo de filhos menores de casais do mesmo sexo. Em 2016, com um governo progressista, o Parlamento aprovou uma lei sobre as uniões civis que marcou um marco na luta pela rreconhecimento legal de famílias homossexuais. No entanto, a lei contém medidas restritivas à adopção e ao registo de crianças provenientes de famílias do mesmo sexo.

Nos últimos anos, presidentes de câmara e tribunais aceitaram o registo de ambos os pais para proteger os menores. Contudo, desde a chegada do Irmãos Italianos e Meloni ao Governo, as medidas foram activadas contra o coletivo LGTBI.

«Existe um vazio jurídico muito sério que obriga o Parlamento a legislar. Até agora ele não o fez, embora muitos colegas prefeitos de diferentes partidos o tenham solicitado. Peço às forças políticas que deixem de lado a batalha ideológica e pensem nas crianças", o vereador Pádua, Sérgio Giordani.

Depois de conhecer a comunicação do Gabinete do procurador, o ministro das relações parlamentares, Lucas Ciriani, afirmou a uma rádio que «Na Itália, o casamento é apenas entre um homem e uma mulher e, portanto, apenas o progenitor biológico é o progenitor cujo apelido pode ser registado".

Efeitos emocionais e burocráticos

A resolução tem efeitos emocionais e burocráticos. Por um lado, elimina o sobrenome do segundo progenitor, de modo que mesmo os irmãos teriam sobrenomes diferentes. E, por outro lado, retira os direitos da mãe não grávida e do resto da sua família.

Ações tão quotidianas como ir buscar as crianças à escola, decidir sobre tratamentos médicos ou ficar com as crianças em caso de morte do progenitor substituto serão impossíveis se a medida for finalmente implementada. A opção que resta a estas famílias é a adoção dos próprios filhos, um processo longo e tortuoso.

O ofício do Ministério Público agora terá que passar por um tribunal, que ficará encarregado de analisar o caso e decretar a medida. A primeira família que recebeu a carta tem data de apresentação na Justiça Cível no dia seguinte Novembro 11.

Trata-se de um casal na casa dos 40 anos que casou fora do país e que em 2017 registou juntos uma filha que está prestes a completar seis anos. Essas mulheres já tiveram outro filho de uma delas e os irmãos compartilham sobrenomes. A decisão do Ministério Público significa que apenas a mãe biológica será considerada como tal e que o menor deverá alterar o segundo sobrenome.

«Estas não têm apenas repercussões na vida social, mas também repercussões na própria identidade, um direito fundamental até prova em contrário. Um trauma pessoal em fase delicada de desenvolvimento, pelo fato de não ter mais irmão e mãe«, declarou um dos pais à mídia italiana.

Pádua dá o primeiro passo para proibir crianças de terem duas mães na Itália

Fontes: El PaísPúblico

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